sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Reforços à lupa: F. C. Barcelona


O Barcelona é o único clube do mundo que tem uma cultura de jogo própria e ensina-a aos seus jogadores desde a mais tenra idade. O 4-3-3 que Pep Guardiola utiliza é a única formação táctica que o emblema blaugrana conhece, em todos os escalões. Esse é o primeiro passo para o sucesso. Sucesso esse que culminou na conquista da Supertaça Europeia, 2-0 ao FC Porto, para juntar à Liga Espanhola, à Liga dos Campeões e à Supertaça de Espanha, num 2010 quase perfeito. Nesta nova temporada o Barcelona continua com o mesmo sistema e o melhor plantel da Europa em título. Contudo, os adversários estão mais fortes e será um novo desafio para Guardiola. Reforços de luxo, as fragilidades de sempre e um Real Madrid motivado. Existem apenas 3 ou 4 equipas ao nível do Barça mas serão os jogos contra adversários mais fracos que poderão causar problemas.

E quando se tem uma equipa quase perfeita o melhor mesmo é não mexer em nada. O Barcelona joga quase de olhos fechados, mantém a bola em seu poder, joga ao primeiro toque e, juntando a essa primorosa táctica, tem individualidades que fazem a diferença quando o resultado tarda em aparecer. Assim, segurando o lote de 14/15 jogadores que costumam fazer parte das opções principais do treinador, o mercado serviu apenas para trazer mais duas estrelas para Camp Nou.

Primeiro veio o chileno Alexis Sanchez. Muito veloz, forte no um-para-um, dono de um drible imprevisível, é um avançado que encaixa na perfeição na cultura blaugrana. Numa equipa onde os três homens da frente são móveis, sem posição fixa, Sanchez pode jogar em qualquer ala ou surgir no meio a finalizar. Reforço de luxo.
Cesc Fabregas foi o outro reforço do Barça. Formado nas escolas do clube catalão, Fabregas tinha rumado ao Arsenal com 16 anos mas nunca escondeu o seu amor ao Barcelona e a vontade de voltar. O seu regresso virou novela mas conheceu um fim neste defeso, regressando a casa 8 anos depois. A sua classe em campo não engana, tem Barcelona no seu futebol. Está ao nível dos melhores.

Depois temos um novo fenómeno do futebol: Thiago Alcântara. Mais um produto da formação catalã, mais um médio de grande qualidade. Com apenas 20 anos já é um verdadeiro líder em campo, pautando o meio-campo das selecções jovens de Espanha com uma maturidade made in Camp Nou. Vem completar um meio-campo com 5 produtos da formação onde o mais difícil é eleger os titulares.

Saíram alguns nomes com pouca influência no clube mas que não deixam de ser bons jogadores. Gabriel Milito, depois de muitas lesões regressa à Argentina; Jéffren e Nolito abraçam o desafio “Portugal”; Hleb, sem lugar na equipa, voltou a ser emprestado; Oriol Romeu é mais um médio com rótulo blaugrana e a sua saída para o Chelsea pode ser um importante passo; e Bojan Krkic que estava insatisfeito por não ser opção de Guardiola e segue para Roma, onde encontra Luís Enrique, antiga glória do Barcelona e ex-treinador da equipa B.

Negativamente, os catalães parecem ter um sector defensivo débil. Com apenas dois centrais de raiz e um defesa-direito, Guardiola terá de fazer várias adaptações ao longo da época e correr riscos desnecessários. No jogo da Supertaça Europeia foi obrigado a jogar com dois centrais adaptados, Mascherano e Abidal, que não comprometeram mas deixaram transparecer algumas fragilidades. Na baliza outro problema: Valdés. Não é mau guarda-redes, porém, não tem qualidade para ser titular num clube desta dimensão. Muito menos com o “velhote” Pinto no banco de suplentes. Com um meio-campo e ataque de tamanha classe, as redes mereciam melhor atenção.

Melhor reforço: Tenho fé em Fabregas mas Alexis Sanchez vai ser uma surpresa agradável e Thiago Alcântara vai ser um símbolo do Barcelona.

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