sábado, 24 de setembro de 2011

Quem sabe não esquece



Nuno Gomes e João Tomás são os representantes portugueses no ataque às balizas da Liga Zon Sagres. Com 35 e 36 anos, respectivamente, estes dois pontas-de-lança são as principais referências atacantes portuguesas no campeonato português. Estes dois trintões prometem lutar até à jornada 30 pelo título de melhor marcador português da Primeira Liga.

A primeira semelhança prende-se à idade mas há muito mais em comum entre estes dois artilheiros. Ambos são internacionais por Portugal, já representaram o Benfica (até se encontraram na Luz em 1999/2000) e o SC Braga, viveram experiências no estrangeiro, jogam os dois no Norte, e marcam muitos golos. Iniciaram a década 00 no Benfica e levaram pouco tempo a aceitar propostas do estrangeiro. Nuno Gomes rumou à Fiorentina (Itália) e João Tomás seguiu para o Bétis (Espanha). Tiveram azar, não por falta de talento mas por outras questões, e voltaram a Portugal. O percurso enquanto internacionais é, contudo, bem diferente. Nuno Gomes soma 77 internacionalizações e esteve presente nos Euro 2000, 2004 e 2008, e nos Mundiais 2002 e 2006. Recentemente voltou a ser chamado pelo seleccionador Paulo Bento. Já João Tomás está afastado da selecção há largos anos, contando apenas 4 jogos pela selecção.

São dois jogadores experientes e muito eficazes. O 21 do SC Braga cabeceia exemplarmente, joga muito bem de costas para a baliza com óptimas tabelinhas, sabe arrastar consigo os defesas abrindo espaço para os seus companheiros, e tem a matreirice de muitos anos de futebol ao mais alto nível. O 9 do Rio Ave também joga muito bem de cabeça, é muito forte fisicamente e tem uma frieza incrível na cara do guarda-redes. Dos melhores avançados portugueses que vi jogar.

Na época passada, enquanto Nuno Gomes sentava no banco do Benfica, João Tomás foi o melhor marcador português da Liga. Porém, este ano Nuno Gomes rumou a Braga e terá, certamente, mais oportunidades para alvejar as redes contrárias. Sabendo à partida que Paulo Bento já afirmou que a idade não pesa nas suas convocatórias, veremos se algum deles consegue ganhar o bilhete para o Euro 2012.
Por agora lidera Nuno Gomes com 3-1 em tentos apontados.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

MotoGP: Miguel Oliveira, és e serás o nosso orgulho

Semana triste para o desporto motorizado português. Se de um lado temos as alegrias de Paula Felício e Luís Oliveira, campeões da Europa de Enduro (algo que os media fizeram questão de dar apenas um pequenino destaque), por outro lado temos o "despedimento" do jovem piloto Miguel Oliveira.

Foi com uma enorme tristeza que vi o comunicado de Miguel Oliveira a confirmar o seu afastamento do Campeonato do Mundo de MotoGP 2011. Para primeira época ao mais alto nível do motociclismo, com o peso de ser o primeiro português a entrar no Mundial de velocidade (outros já tinham corrido algumas provas mas nunca no Campeonato do Mundo), são muitas alegrias e tristezas demais. O jovem piloto corria pela Team Machado, equipa andaluz, juntamente com o espanhol Alberto Moncayo. Pela experiência, pela naturalidade andaluz e pelos patrocínios, Moncayo era claramente o destaque da equipa e tornava-se frustrante ver os esforços em redor da moto de "Tigretón", relegando para segundo plano um dos mais promissores pilotos que já despontaram para o MotoGP. E que gozo me dava acompanhar os treinos livres, as qualificações e as corridas com a moto 44 a rodar à frente de Moncayo. Uma coisa é certa, a nível desportivo o Miguel era muito melhor que o seu ex-companheiro de equipa. Mesmo tendo falhado 3 provas devido a uma fractura no rádio (incluindo a queda no GP da Catalunha que lhe provocou a lesão), ter caído por 2 vezes (no GP de Espanha e no GP da Alemanha, em ambos lutava pelo pódio), e ter abandonado no último GP devido a problemas técnicos, são apenas 13 os pontos que o separam de Moncayo na classificação geral. Se juntarmos o factor "equipa técnica", que dava muito mais atenção à moto 23 que à moto 44, então o Moncayo é mesmo um piloto banal quando comparado com o Miguel Oliveira.




Para o Miguel Oliveira uma grande palavra de apoio e incentivo. Sozinho, aos 16 anos, puseste um país inteiro, e milhares de emigrantes, a seguir o Mundial de MotoGP, a pesquisar por notícias de motociclismo, a vibrar com as ultrapassagens arriscadas e as curvas de punho cravado. Escreveste a prateado uma página na história do desporto motorizado português. Ainda és jovem, tens tempo para mostrar ao mundo o teu valor e deixar o Team Machado a roer-se de inveja. De certeza que o mundo motorizado não ficou indiferente ao teu estilo inconfundível e para o ano terás uma nova oportunidade. Este ano foi de aprendizagem, e de certeza que as boxes te deram muitas lições para a vida e para o futuro motorizado. Boa sorte com os estudos e nunca desistas. Este ano a revelação é o Viñales mas nós já vimos que, em condições iguais, podes ser superior.

Clássico é já amanhã



É já amanhã o primeiro grande clássico do campeonato português 2011/2012. O Estádio do Dragão vai receber um escaldante embate entre os dois líderes, e principais candidatos ao título. FC Porto recebe o Benfica, às 20h15, com transmissão na SportTV.

Ambos os treinadores já desvendaram o elenco para o desafio inaugural da sexta jornada. Algumas surpresas, como de costume, e outras ausências que sempre dão para encher uma ou duas caixas laterais nas publicações desportivas.

Do lado portista, Vítor Pereira convocou 18 jogadores. De fora ficam James Rodríguez, castigado, e Mangala, Sapunaru e Djalma por opção técnica. De relembrar que os dois primeiros foram titulares no empate a zeros com o Feirense e o terceiro entrou já no decorrer da segunda parte. Se Mangala sai para a entrada de Maicon, mais experiente, e Djalma dá o lugar a Hulk, será de estranhar a ausência de Sapunaru. Sem o romeno no banco, o técnico dos azuis fica limitado aos dois laterais que entrarem de início. Regressam aos eleitos Álvaro Pereira e Hulk, recuperados de lesão, e Maicon. Sendo quase certa a presença do Incrível no onze, a dúvida permanece em quem irá actuar na outra ala, Cristian Rodríguez ou Varela.

Guarda-redes: Helton e Bracalli
Defesas: Maicon, Rolando, Otamendi, Fucile e Álvaro Pereira
Médios: Fernando, Souza, João Moutinho, Defour, Belluschi e Guarín
Avançados: Cristian Rodríguez, Varela, Hulk, Kléber e Walter

Do lado encarnado, Jorge Jesus convocou 19 jogadores e efectuou apenas uma troca relativamente aos eleitos na vitória sobre a Académica. Sai Capdevilla, mais uma vez, e entra nas contas Rodrigo Mora. Esta alteração é pouco clara e poderá ter duas interpretações. Primeira: Capdevilla é um mal-amado de JJ; Segunda: JJ acredita que Emerson vai fazer os 90 minutos e que dos 19 convocados faz mais sentido convocar um avançado extra, sabendo que apenas 18 podem constar na ficha de jogo, para mostrar que vai ao Dragão para ganhar. Qualquer das interpretações não faz muito sentido, contudo, é aceitável. A restante convocatória não apresenta surpresas. Enzo Pérez e Nélson Oliveira continuam lesionados e não há castigados. Continuo a não perceber a exclusão de Miguel Vítor que, para além de ser mil vezes melhor que Jardel e mais polivalente (já que Jesus gosta tanto de jogadores que façam várias posições), ninguém sabe se fica de fora por não estar a 100% ou por embirração do treinador. De elogiar que o Benfica pode, pela primeira vez desde a chegada de JJ, esconder um pouco o jogo. É previsível um onze só com Cardozo na frente, Javi com Witsel e Aimar no meio-campo, e nas alas Gaitán e Nolito. Este é o onze que mais garantias dá, porém, o treinador encarnado tem um dom para complicar e as surpresas (normalmente desagradáveis para os benfiquistas) são um dos seus fortes.

Guarda-redes: Artur e Eduardo
Defesas: Emerson, Maxi Pereira, Luisão, Garay e Jardel
Médios: Rúben Amorim, Javi Garcia, Matic, Witsel, Gaitán, Bruno César e Aimar
Avançados: Nolito, Saviola, Cardozo, Rodrigo e Rodrigo Mora

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Liga Zon Sagres: 5 jornadas volvidas - parte II


Depois da análise a 12 das 16 equipas da Liga Zon Sagres, segue-se a análise às 4 que faltam: FC Porto, SL Benfica, SC Braga e Sporting CP. As quatro equipas em questão são as representantes portuguesas nas competições europeias e aquelas que nos últimos anos figuraram no topo da tabela.

O início de campeonato tem sempre as suas surpresas. Umas equipas conseguem afinar as estratégias na pré-época, outras nem tanto, algumas anseiam pelo fecho de mercado na esperança de não perder os jogadores mais influentes e até receber uma nova estrela, há aquelas equipas que querem trazer para os jogos a sério os bons resultados dos amigáveis e outras preferem fazê-los esquecer com pontos.

O Sporting realizou um bom início de pré-época mas as últimas partidas destruíram todo o trabalho até aí feito. Os leões aparentavam uma defesa coesa e um ataque concretizador. Contudo, bastou a derrota no jogo de apresentação, 0-3 Valência, para que a confiança em Alvalade caísse por terra. O primeiro jogo oficial ditou a recepção ao Olhanense e à meia hora um fantástico golo de Wilson Eduardo (formado em Alcochete e ainda vinculado ao Sporting) abalou o Estádio Alvalade XXI. O Sporting empatou esse jogo e os dois seguintes, a zeros (Nordsjaelland e Beira-Mar). A primeira vitória só apareceu na segunda mão do Play-Off de acesso à Liga Europa, 2-1 frente ao Nordsjaelland, mas se os adeptos pensavam que o clube tinha encontrado o caminho certo, um desaire caseiro frente ao Marítimo voltou a deitar abaixo a estrutura. Três dias volvidos fecha o mercado e vão-se embora dois habituais titulares de Domingos Paciência, Hélder Postiga e Yannick Djaló. Desde então o Sporting soma duas vitórias (muito) sofridas para o campeonato. 2-3 na Mata Real, depois de estarem a perder 2-0, e mesmo resultado em Vila do Conde, depois de estarem a ganhar 2-0. Os leões têm um colectivo irregular com tendência para adormecer. Os seis golos marcados são fruto da vontade e qualidade dos jogadores, já os quatro golos sofridos são resultado da desconcentração. Se tivermos em conta que os golos contra o Paços de Ferreira foram marcados nos últimos quinze minutos e que frente ao Rio Ave marcaram dois nos primeiros três minutos, imaginem a força do Sporting se conseguisse aguentar 90 minutos a este nível. A distância para os líderes já é significativa mas o terceiro lugar do campeonato é uma meta razoável.

Outro Sporting, o de Braga, parece não sofrer do síndrome "mercado de Verão". Pela terceira época consecutiva, os bracarenses despedem-se de alguns titulares e o nível exibicional não sofre alterações. Dois empates fora, em terrenos rivais, com Rio Ave e Vitória de Guimarães, não tiram o brilho às três vitórias. Leonardo Jardim é um treinador jovem que está a realizar um bom trabalho. No entanto, as próximas jornadas serão um teste de fogo, com séries cansativas alternando campeonato com Liga Europa. Em Novembro há Benfica e FC Porto no calendário bracarense e aí será mais correcto analisar este novo Sp. de Braga.

O Benfica e FC Porto seguem juntos na liderança, com 13 pontos. O Benfica empatou na primeira jornada em Barcelos e o FC Porto empatou à quinta com o Feirense, curiosamente foram as duas equipas recém-promovidas a travar os mais fortes candidatos ao título. O Benfica perdeu dois jogadores importantes, Salvio e Fábio Coentrão, e se para o primeiro há várias soluções, o defesa-esquerdo do Real Madrid ainda não tem substituto à altura. Os reforços dão garantias e existem opções no banco com qualidade para entrar nas contas de Jorge Jesus, algo que não acontecia o ano passado. Os encarnados estão mais fortes e o empate na primeira jornada já faz parte do passado. Com o plantel na máxima força, a confiança para o jogo no Dragão não poderia ser maior. Já o FC Porto vem de um empate frente ao Feirense num jogo em que Hélton viu a sua baliza ameaçada mais vezes que o normal. A saída de Falcão significou a perda de uma referência no ataque e Kléber não parece aguentar o peso da responsabilidade. Sobram Hulk e James Rodríguez para comandar o ataque portista mas apenas um deles irá enfrentar o Benfica. A expulsão de James nos últimos minutos em Aveiro irá complicar a escolha de Vítor Pereira, sobrando os irregulares Varela e Cristian Rodríguez para ocupar a vaga na ala esquerda. Este dragão continua muito forte mas está mais irregular e com a pontaria menos afinada.

Na próxima jornada há clássico no Dragão. Se alguma equipa alcançar os três pontos ficará isolada na liderança e a depender de si própria. À sexta jornada não se decide um campeonato mas sabendo a rivalidade entre FC Porto e Benfica, cada golo sofrido é uma ferida que demora a sarar. Ainda para mais, olhando para a diferença entre este duo e o resto das equipas, que dificilmente roubarão pontos no Dragão ou na Luz, serão três pontos bastante importantes.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Liga Zon Sagres: 5 jornadas volvidas


5 jornadas depois, 40 jogos realizados, 103 golos marcados e os dois candidatos do costume. A próxima jornada dita o primeiro clássico da época. O Estádio do Dragão é palco do FC Porto - Benfica, já na próxima sexta-feira, empatados na liderança com 13 pontos, 4 vitórias e 1 empate. Sem decidir o vencedor desta edição da Liga, é sempre um jogo com especial atenção e muita polémica à mistura.

Como o nosso campeonato português é de tamanho nível que foi reduzido a 16 equipas, já ultrapassamos 1/6 das jornadas. Vamos então olhar para a tabela e ver como as equipas portuguesas se encontram nesta fase da temporada.

Pela positiva destacam-se a Académica de Pedro Emanuel. Uma boa pré-época e 3 vitórias em 5 jogos. É uma Académica diferente do ano passado, mais lutadora, mais consistente. Uma defesa sólida com jogadores rápidos nas alas e um sistema táctico bem trabalhado. Porém, a pesada e exagerada derrota na Luz deixaram o aviso: é preciso assimilar algumas soluções quando a equipa está sob pressão. Também o Marítimo, com 10 pontos e uma grande vitória em Alvalade, se afirma como uma agradável surpresa. Os madeirenses já nos habituaram à sua presença na Primeira Liga, no meio da tabela, oscilando entre os últimos lugares de manutenção e a luta pela Europa. Têm um treinador jovem, Pedro Martins, que apalpou terreno na última época e pode agora mostrar o seu valor. Ninguém diria que esta equipa perdeu as suas principais figuras, Kléber e Djalma para FC Porto. Juntamente com Vitória de Guimarães e Paços de Ferreira, que somam apenas 4 pontos, teremos aqui o lote de equipas a lutar pela Europa.

O Vitória de Setúbal, que surge na sétima posição com 7 pontos, parece mostrar alguma coesão. Contudo, se tivermos em conta que há 3 épocas também somava 7 pontos à 5ª jornada e terminou o campeonato com a corda ao pescoço, é arriscado dizer que é desta que os sadinos estão de volta. Gostei de algumas exibições mas ainda há muito campeonato pela frente.
Também pela positiva está a destacar-se o Feirense, recém-promovido. Com 6 pontos, é uma equipa com um futebol típico de segunda liga. Defende muito bem, fecha bem os espaços e aposta forte no contra-ataque com jogadores velozes e com qualidade técnica no ataque. O Feirense vendeu cara a derrota na Luz e travou o campeão nacional na sua casa emprestada. Em ambos os jogos surpreendeu pela organização e pela qualidade individual de alguns jogadores. Agradável surpresa.

Na zona intermédia Olhanense, Gil Vicente, Beira-Mar e Nacional destacam-se pela irregularidade exibicional neste início de época. Dificilmente andarão longe dos lugares de descida e não me admiraria se alguns deles descesse.

No fundo da tabela temos Rio Ave, 1 ponto, e União de Leiria, 3 pontos. Ambas somam 4 derrotas. Um início aos trambolhões do Rio Ave, que curiosamente manteve a estrutura da época passada e até arrancou com um empate frente ao Sporting de Braga. Na última jornada, frente ao Sporting, entraram em campo a dormir e aos 3 minutos perdiam por 0-2, conseguiram aguentar até intervalo e na segunda parte empataram o jogo. Contudo, o jogo só termina quando o árbitro apita e o Rio Ave voltou a adormecer após o 2-2. Mais uma derrota e muitas fragilidades demonstradas. Carlos Brito é um treinador experiente e ainda não deitou a toalha ao chão. Já a U. Leiria está num patamar diferente. Apesar de ter marcado em todos os jogos, até FC Porto, Sporting ou Sp. Braga já ficaram em branco, existem três factores que colocam a U. Leiria na zona de despromoção. Muita juventude, muitas alterações no plantel e uma inconsistência defensiva notória, que resultam na defesa mais batida da prova com 12 golos sofridos.

Se tivesse de eleger um onze com jogadores destas 12 equipas, seria assim:
GR - Peiser (Académica)
DD - Cédric (Académica); DC - Henrique (Feirense); DC - Cláudio (Gil Vicente); DE - Rúben Ferreira (Marítimo)
MC - Bruno Amaro (Vitória de Setúbal); MC - Danilo Dias (Marítimo); ME - Diogo Cunha (Feirense); MD - Wilson Eduardo (Olhanense)
A - Baba (Marítimo); A - Éder (Académica)

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Triatlo: João Silva de ouro


O triatleta português João Silva, de 22 anos, foi o grande vencedor da etapa de Yokohama dos Campeonatos do Mundo de Triatlo. A prova contou ainda com a participação de João Pereira, 17º, e Vanessa Fernandes, 26ª classificada.

Numa modalidade onde os apoios e a atenção dos media são quase inexistentes, é sempre bom lembrar que estes atletas correm com a bandeira de Portugal no equipamento e sempre que conseguem algum feito, graças ao seu talento e esforço, agradecem a um país que os ignora. João Silva já foi bi-campeão europeu sub-23, 2008 e 2010, e venceu uma Taça do Mundo, em 2010. Neste momento é atleta do Sporting Clube de Portugal. Está qualificado para os Jogos Olímpicos de 2012, onde esperamos que obtenha mais uma excelente prestação.

Também de salientar o regresso de Vanessa Fernandes. A triatleta do Sport Lisboa e Benfica, que já foi campeã da Europa e do Mundo e medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, esteve afastada das corridas durante 15 meses. Apesar de um resultado bastante modesto, Vanessa Fernandes conseguiu acompanhar o grupo da frente e deixou boas indicações. Agora é preciso continuar a trabalhar com um objectivo bem definido: Londres 2012.

Tanto talento para tão pouco apoio.

sábado, 17 de setembro de 2011

Belenenses triunfa no Algarve


O Portimonense até entrou melhor no jogo, dispondo de três boas oportunidades nos primeiros 5 minutos. Primeiro foi Fabrício que se desmarcou no meio da defesa do Belenenses mas acabou por se atrapalhar e possibilitar o desarme, depois Ben Traoré por duas vezes não conseguiu marcar, numa das ocasiões foi Pedro Ribeiro que cortou o remate, já depois de ter fintado o guarda-redes azul, e no minuto seguinte rematou forte mas Coelho defendeu para canto. O Belenenses tardou a chegar ao Algarve e só ao minuto 8 conseguiram equilibrar a partida. Dois minutos depois Miguel Rosa deu o primeiro aviso, com um remate perigoso à malha lateral. Ao minuto 17 um livre para o Portimonense resulta num contra-ataque dos lisboetas que só parou no fundo das redes. Victor Lemos rematou cruzado à entrada da área e fez o primeiro da tarde. Jogo muito mexido e antes da meia hora Fabrício interceptou um atraso de Leo Kanu mas voltou a desperdiçar. Do outro lado Miguel Rosa foi o dinamizador do ataque belenense e aos 31' voltou a tentar a sua sorte à entrada da área com a bola a passar ao lado. Quando alguns já esperavam o descanso, os algarvios chegaram à igualdade. Bola lançada para a corrida de Rafa e o extremo foi à linha cruzar, Coelho saiu mal à bola e desviou-a para a cabeça de Ben Traoré, que agradeceu a oferta. Má intercepção de Coelho que resultou no empate a uma bola ao intervalo.

O reatar da partida voltou a trazer um Portimonense mais ofensivo e aos 50' o central do Belenenses, Pedro Ribeiro, mergulhou sobre a bola e jogou com a mão dentro da grande área. Penalty assinalado e o capitão dos bianconeros, Ricardo Pessoa, deu a volta ao marcador. Bola para a direita, Coelho para a esquerda, festa em Portimão. Contudo, a vantagem durou pouco tempo. O golo poderia ser o tónico que a equipa da casa precisava mas uma substituição para cada lado e o rumo do jogo alterou-se. O treinador do Portimonense foi obrigado a tirar o central Rúben Fernandos, tocado, fazendo entrar Marco Tiago, e José Mota mexeu no ataque, trocando Tomané, que passou ao lado do encontro, por Abel Camará. O avançado internacional sub-21 precisou de apenas dois toques na bola para repor a igualdade. Victor Lemos entrou na área e cruzou para o desvio de Camará ao primeiro poste. O Belenenses continuou pressionante e cinco minutos depois voltou a colocar-se na frente. Canto para Miguel Rosa e Leo Kanu antecipou-se a Goda fechando o marcador. Até final do encontro os algarvios não mais se encontraram e foi o Belenenses que esteve mais perto de voltar a marcar. Rosa aos 69' à entrada da área, novamente Rosa de livre directo ao ângulo e Fernando Ferreira num livre a mais de 30 metros, possibilitaram as três defesas da tarde ao guarda-redes camaronês.

O Portimonense tem uma equipa muito jovem, com muitas caras novas e falta entrosamento. Esteve em destaque o trio ofensivo, Rafa, Ben Traoré e Simmy, que muito trabalho deram à defesa azul. Foram desaparecendo à medida que os algarvios se perdiam na partida. Jogadores rápidos, fortes no um-para-um, e inteligentes nas desmarcações, surgindo sozinhos em várias ocasiões. Ainda são jovens, Simmy representava os juniores no ano passado, mas começam a mostrar bons pormenores.

O Belenenses alcançou finalmente a vitória no campeonato e continua sem perder em jogos oficiais, 4 empates e 4 vitórias entre Taça da Liga, Taça de Portugal e Liga Orangina. Miguel Rosa foi o melhor em campo, mantendo o nível exibicional a que já habitou os adeptos azuis. Óptimo trabalho de José Mota que conseguiu integrar os reforços e criar uma equipa com qualidade, raça e vontade. A equipa esteve em desvantagem e soube dar a volta por cima, não descurando do trabalho defensivo mas causando perigo e levando a bola ao ataque.

Uma boa partida de futebol com bons pormenores técnicos e tácticos e, acima de tudo, duas equipas à procura da vitória. Em Portugal é frequente vermos 11 homens atrás da linha da bola, muitas perdas de tempo e constante anti-jogo. Assim, este Portimonense - 2, Belenenses - 3, foi uma lufada de ar fresco e um hino ao futebol. Só espero que os restantes treinadores da Liga Orangina tenham visto o encontro e tenham aprendido alguma coisa.

Portimonense Sporting Clube
Treinador: João Bastos
Gr: Goda; Ricardo Pessoa - cap (Jonas), Eliézio, Rúben Fernandes (Marco Tiago), Ricardo Nunes; Semedo, Sérgio Organista (Wakasu), Fabrício; Rafa, Ben Traoré e Simmy.

Clube de Futebol "Os Belenenses"
Treinador: José Mota
Gr: Coelho; Duarte Machado, Pedro Ribeiro - cap, Leo Kanu, André Pires; Koukou, Fernando Ferreira, Victor Lemos, Miguel Rosa (Sidnei); Waldir (Rodrigo Antônio) e Tomané (Abel Camará).

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Hélder Barbosa, o Talento tardio

Em Braga, mais propriamente no estádio AXA, renasceu um dos maiores talentos, outrora um talento precoce, do futebol português. Aos 24 anos, Hélder Barbosa está a atravessar o melhor momento da sua carreira e a mostrar o seu verdadeiro valor.

Hélder Barbosa fez a formação no Futebol Clube do Porto, onde deu nas vistas ainda em tenra idade, e desde cedo foi presença habitual na selecção nacional. Em 2003 já era apontado como uma estrela emergente, tinha 16 anos. Pouco tempo depois começou a ser chamado a treinar com a equipa B e faltavam os argumentos para classificar o miúdo Hélder Barbosa. Contudo, a chegada a sénior trouxe o primeiro empréstimo, à Académica, que não correu tão bem como era esperado e na temporada a seguir voltou a ser emprestado à Briosa. No ano seguinte novo empréstimo, ao Trofense. Mais uma época com altos e baixos, no Vitória de Setúbal, e a esperança de uma proposta interessante. Foi aí que surgiu o Sporting de Braga, em 2010. Hélder Barbosa, com 23 anos, chegava assim ao clube com maior evolução dos últimos anos, já sem a pressão do rótulo de menino prodígio. Teve uma primeira temporada um pouco discreta, sob as ordens de Domingos Paciência, sendo chamado com alguma frequência mas longe de ser primeira opção.


Agora, é a hora de Hélder Barbosa. Com o 10 na camisola, o esquerdino do Sporting de Braga parece ter a confiança do novo técnico, Leonardo Jardim, e tem sido um dos pilares da formação arsenalista. Titular em 4 jogos, contribuiu com 5 golos para um total de 6 pontos na Primeira Liga, 3 pontos na Liga Europa, e um importante empate na Suiça, que valeu o apuramento europeu. Aliás, nos 3 jogos em que não foi titular, o Sporting de Braga venceu apenas um, com o Marítimo, e empatou a zeros nos restantes, com o Young Boys e com o Rio Ave.

Ainda é cedo para adivinhar se esta será a época de afirmação do avançado bracarense, no entanto, este início fulgurante deixa toda a gente atenta ao camisola 10 do Sporting de Braga. Hélder Barbosa começou como extremo mas já provou que pode jogar em ambos os lados e até no meio, atrás do ponta-de-lança. Rápido, tecnicista, imprevisível no um-para-um, tem boa visão de jogo e gosta de fazer assistências. Redescobriu em Braga o seu instinto goleador que revelou nas camadas jovens do FC Porto, apontando cinco golos de belo efeito, até ao momento. Hélder Barbosa está no auge das suas capacidades e na altura certa de provar o seu valor. Em véspera de Campeonato da Europa, o esquerdino pode complicar as contas ao seleccionador nacional, se este nível exibicional continuar. Contudo, o mais importante agora é continuar a trabalhar para ser opção e ajudar o seu clube no campeonato e nas competições europeias. Vamos ser realistas e dizer que "ainda a procissão vai no adro" e, até ao final da época, muito pode acontecer. Para além do mais, Portugal está bem servido de extremos.

Fica, no entanto, este apontamento.
Mister Paulo Bento, ainda vai a tempo de levar o Hélder ao Europeu 2012...

Notícia do jornal A Bola - Levante: Xavi Torres diz ser importante travar Ronaldo

Levante: Xavi Torres diz ser importante travar Ronaldo - notícia A Bola

Um viva ao fair-play.

Quando a UEFA castiga quem fala mal da arbitragem, por que raio não decide castigar quem lança frases anti-desportivas? Ou quem tem atitudes dessas?

Em Portugal inventaram os "sumaríssimos" mas que pouco efeito têm produzido.

Continuo a ser a favor da coerência e, por tudo em que acredito, dizer numa conferência de imprensa que "se for preciso dar pau"... O futebol espectáculo também se faz com cortes incríveis e desarmes no momento exacto.

Coerência e castigo para quem joga anti-futebol!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

CR7 pode ser castigado pela UEFA

Ser árbitro de futebol não é tarefa fácil, todos nós calculamos isso, porém, é uma posição em que os erros são mais notados. Como tudo na vida, existem erros e erros. Um guarda-redes que sofra um frango é assobiado, um avançado que falha um golo de baliza aberta é aplaudido pelo esforço.

E aqui poderia argumentar a favor dos senhores do apito dizendo que são humanos, e errar é humano, ou então dizendo que eles dispõem de meia fracção de segundo para tomar uma decisão, mesmo naqueles lances em que as repetições televisivas em câmara lenta são inconclusivas, ou então dizendo que muitos jogadores são tão bons actores que é difícil adivinhar quando é a sério ou a fingir. 

Mas não é sobre a arbitragem que eu pretendo falar, é sobre a própria UEFA, o órgão que gere o futebol no Velho Continente. Esses "engravatadinhos" e "pompões" que se pavoneiam pelos eventos desportivos de maior importância, e que até organizam bonitos espectáculos, têm de ser responsabilizados pelas atitudes dos seus funcionários e dos intervenientes do futebol. Nos últimos tempos o tema arbitragem tem sido referido por muitos treinadores e jogadores, Arsène Wenger e José Mourinho foram dos últimos castigados. E por que razão foram castigados, por questionar arbitragens ridículas? Por falar a verdade? Por dizer que uns são beneficiados e outros prejudicados em todos os jogos da UEFA? Por afirmarem que existem regras especiais para certos jogadores e clubes?

Que sejam coerentes, "engravatadinhos". Ontem o Cristiano Ronaldo sofreu uma entrada dura, levou pontos no pé e ainda foi castigado por ter mostrado a sua insatisfação, e nem foi muito agressivo nas suas palavras. O madeirense disse que não entendia nada pois "as arbitragens, o fair play que tanto fala a UEFA, a protecção dos jogadores tecnicistas... a uns não se pode tocar, mas o mesmo não acontece comigo". O jogador do Real Madrid será castigado, quase de certeza, e nada irá acontecer ao árbitro ou ao jogador adversário. Assim se promove o "futebol espectáculo".

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Marcos Chuva 3º na Liga Diamante


Marcos Chuva continua a dar frutos no salto em comprimento. Depois do 10º lugar nos campeonatos do mundo de Daegu2011, o jovem saltador do Benfica foi 3º no meeting de Zurique, prova inserida na Liga Diamante.
Chuva, de apenas 22 anos, é o segundo melhor saltador português de todos os tempos, com a marca de 8.34m alcançada em Tallin, na Estónia, no mês passado. De referir que o recorde nacional pertence a Carlos Calado com 8.36m e data de 1997.
Em Zurique, Marcos Chuva até nem esteve perto do seu melhor, saltou "apenas" 7.88m, mas conseguiu um terceiro lugar à frente de Dwight Phillips, campeão mundial em Daegu2011. A medalha de bronze viaja assim até Portugal ao peito de um dos melhores atletas lusos nos campeonatos do mundo da Coreia do Sul.
Um ano de 2011 a correr de feição ao saltador que pode, já na próxima semana, voltar a saltar acima dos 8 metros na última prova da Liga Diamante, em Bruxelas.

Luisão afinal quer acabar a carreira no Benfica

O capitão dos encarnados parece ser uma pessoa com dupla personalidade. Normalmente tem ataques de ano a ano, durante o período de transferências de Verão mas depois passa.
Ao longo dos últimos quatro, cinco anos, o Girafa vai de férias com o Benfica no coração. Quando chega ao Brasil muda de ideias e antes de regressar dá a entender, ou afirma categoricamente, que deseja sair do clube. Faz birrinha, Luís Filipe Vieira recusa as propostas (quando estas existem) e pede sempre mais dinheiro pelo defesa-central. Fecha o mercado e o brasileiro continua no plantel. Ainda se faz de difícil durante mais uns dias mas acaba por se conformar.
No final, esboça grandes sorrisos quando lhe falam do Benfica e diz que nunca lhe passou pela cabeça sair. Entretanto, o seu empresário e o clube encarnado acertaram uma renovação de contracto e consequente aumento de ordenado para Luisão.
Hoje, o capitão encarnado falou à Benfica TV e contou aos adeptos benfiquistas que vai terminar a carreira no Benfica. Voltou a falar no seu amor pelos adeptos e pelo clube.
E pronto, mais um Verão se passou como é normal. Para o ano veremos o que diz o central mais indeciso do plantel encarnado.

Ainda dizem que o amor não se compra...

Fonte: slbenfica.pt

Reforços à lupa: Sport Lisboa e Benfica


O Benfica é sempre dos clubes mais activos no mercado. No entanto, este Verão os encarnados não caíram nas aventuras de outros anos e evitaram gastos absurdos. Sem vender muitos jogadores, até porque a maioria são dispensados ou emprestados, as águias fizeram bons encaixes financeiros. No Verão de 2010 saíram Ramires e Di Maria, em Janeiro de 2011 saiu David Luiz e neste defeso saiu Fábio Coentrão. Quatro titulares do Benfica campeão em 2010 que renderam cerca de 90 milhões de euros aos cofres encarnados. Esse é, para mim, o factor mais importante no mercado de transferências benfiquista. Denota algum cuidado de gestão, com muitas contratações a custo zero e investimentos cobertos pela saída de Coentrão.

Para esta época Jorge Jesus precisava de alterações, como se viu na última temporada. Para além disso, algumas saídas e contratações falhadas obrigavam a mexidas. Assim, investiu novamente no ataque, castigando os avançados menos queridos pelos adeptos (Jara e Kardec) e apetrechando as alas onde na última época apenas Gaitán e Salvio eram opções. Também o sector defensivo estava carente, dadas as saídas de David Luiz, ainda sem substituto, de Fábio Coentrão e de Roberto. Os reforços permitem a JJ uma maior rotatividade e garantias de qualidade quando mexer na equipa.


Artur chegou a zeros e agarrou a titularidade, antes da chegada de Eduardo. O brasileiro tem realizado boas exibições, com defesas de grande nível e saídas bem medidas, mesmo a sofrer golos tem sido dos melhores dos encarnados. É um guarda-redes maduro que transmite segurança aos seus companheiros da defesa.
Eduardo era o titular da baliza da Selecção. A vinda para o Benfica até agora só tem sido prejudicial ao guardião. Sem qualquer minuto oficial, não pode mostrar as qualidades que fizeram dele um dos melhores na África do Sul.
Mika é um jovem com margem de progressão. Terá, certamente, as suas oportunidades com o decorrer das competições. Traz na bagagem o vice-campeonato mundial, onde foi eleito o guarda-redes do campeonato.
O central Garay, internacional argentino, tem no jogo aéreo o seu maior forte. É rápido e tem capacidade de antecipação. Não singrou no Real Madrid mas em Portugal pode revitalizar a carreira. Ao lado do capitão Luisão, pode melhorar bastante.
Emerson, defesa-esquerdo do campeão francês Lille chegou com a responsabilidade de substituir Coentrão. Tem demonstrado grande imaturidade e dificuldade nas transições defesa-ataque. Tenta jogar simples e certo mas quando arrisca nem sempre sai bem.
Capdevilla, nem sei se dá para comentar esta situação. Titular pela selecção espanhola no Euro 2008 e no Mundial 2010, é um jogador experiente que ataca melhor que defende. Também tem fama de desunir balneários…
Matic precisa crescer. Forte fisicamente, não é muito rápido mas compensa no choque e na antecipação. Precisa melhorar nas saídas a jogar e na análise ao jogo adversário. É uma boa alternativa a Javi Garcia, que não tem suplente há duas épocas.
Witsel é o novo menino bonito da Luz. Tem classe nos pés. Pode jogar em todos os terrenos do meio-campo, fazendo boa dupla com Aimar ou jogando no lugar do argentino. Tem bons pormenores técnicos e tácticos.
Para a direita chegou o argentino Enzo Pérez, que até foi titular na primeira partida oficial. Lesionou-se e parece ter perdido o lugar no onze. É muito rápido, gosta de partir para cima dos adversários e cruza bem. Precisa melhorar no capítulo colectivo pois sempre que a bola lhe chega aos pés ele tem de fintar um adversário antes de se livrar da bola.
Nolito, produto da formação blaugrana, tem o tiki-taka no corpo. Joga muito ao primeiro toque, raramente finta antes do último terço do terreno, procura triangulações com os colegas e é frequente vê-lo a partir da linha para o centro do terreno. Jogador humilde e trabalhador. Pegou de estaca.
Bruno César chegou com o cognome chuta-chuta, pelo seu potente remate, mas cedo ganhou uma nova alcunha, o gordo. O brasileiro lá emagreceu e em dois jogos como suplente marcou dois golos. Precisa adaptar-se ao futebol europeu pois no Brasil os defesas dão espaços que em Portugal não existem. Poderá ser uma agradável surpresa.
Rodrigo Mora continua condicionado. Na Argentina é conhecido pela velocidade e finta curta mas o futebol em Portugal é mais físico. Veremos como se dá esta aposta de Luís Filipe Vieira.

De salientar os regressos de Miguel Vítor, David Simão, Nélson Oliveira e Rodrigo, e também as promoções de Luís Martins e Rúben Pinto. Miguel Vítor tinha saído chateado com o Benfica mas na pré-época parecia estar tudo bem. O central até vinha a ser capitão de equipa mas uma lesão no jogo com o Anderlecht afastou-o das contas de Jesus. É melhor que o Jardel a todos os níveis, poderá ser uma opção de luxo se conseguir provar o valor que evidenciou na sua estreia pela equipa sénior. David Simão foi o dono do meio-campo pacense na última temporada e precisa de jogar. A leitura de jogo e a qualidade do passe são os seus principais pontos fortes. Nélson Oliveira foi o (quase) herói da Colômbia. Realizou um excelente Mundial sub-20, mantendo o nível que apresentou no Paços de Ferreira. Regressa ao Benfica mais maduro e com vontade de ganhar um lugar na equipa. Rodrigo esteve emprestado ao Bolton mas foi na selecção que mais deu nas vistas. Primeiro nos sub-20, e recentemente nos sub-21, tem sido o goleador dos espanhóis. Já Luís Martins e Rúben Pinto vão agora passar pelo fortalecimento da massa muscular, algo que devia ser trabalhado nos escalões de juvenis ou juniores, e não deverão entrar nas contas de Jesus. Estão lá para treinar com a equipa e aprender.

Em suma, JJ revolucionou as opções para a baliza encarnada, com três guardiões de grande qualidade, onde parece ter optado por Artur, que até agora lhe tem dado garantias. Para a defesa chegou Garay, central de qualidade, e Miguel Vítor que, quanto a mim, já no ano passado merecia ter ficado no plantel. Falhou a contratação de um substituto de Coentrão. Capdevilla parece não fazer parte da equipa e Emerson está muitos degraus abaixo do caxineiro. Também fazia falta um defesa-direito pois Maxi não estará disponível para realizar todos os jogos e Rúben Amorim tem muitas limitações físicas. O meio-campo está bem servido e o ataque dá garantias. O erro do último ano, com poucos alas e muitos avançados-centro, foi corrigido. De destacar a inclusão de jovens portugueses no plantel, e do espanhol Rodrigo, verdadeiros diamantes para JJ lapidar. Veremos se o treinador benfiquista não se esquece de dar oportunidades aos miúdos pois é ali que está o futuro do clube e da selecção. O Benfica está mais forte que na época passada e irá complicar a vida ao FC Porto, aliás, os embates entre águias e dragões poderão determinar o campeão deste ano.

Melhor reforço: Axel Witsel


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Capello aconselha Carroll a beber menos

O seleccionador inglês Fabio Capello deixou um recado ao avançado Andy Carroll: "Quando és jogador da selecção inglesa, todos os momentos estás sob o olhar dos adeptos, jornais e fotógrafos. Ele tem de melhorar e beber menos".
O jovem avançado, de 22 anos, que em Janeiro trocou o Newcastle pelo Liverpool a troco de aproximadamente 40 milhões de euros, na que foi a transferência mais cara de um jogador inglês, tem fama de mal-comportado. Em Inglaterra a comunicação social, na pele dos tablóides, tem um gosto especial por escândalos e a selecção AA de futebol costuma ser visada muitas vezes. No caso de Carroll, a sua qualidade em campo contrasta com a sua vida fora dele e poderá tornar-se no novo alvo dos tablóides ingleses.
Os escândalos mais recentes foram os casos extra-conjugais de Ashley Cole e John Terry, que lhe valeu a braçadeira de capitão na selecção. Mas o tema álcool também é recente, sendo Wayne Rooney o anterior visado. Aliás, o 10 do Manchester United já foi falado por problemas de bebida, por casos extra-conjugais e por bater na namorada, um bad boy  completo.
Esta já não é a primeira vez que Capello fala nos maus-hábitos do avançado que, se não melhorar o seu comportamento, arrisca-se a ficar uns tempos sem representar o seu país. Enquanto isso não acontece, Carroll pode aproveitar para pedir uns conselhos a Rooney, que agora parece já "beber menos".


Vítor Pereira leva 18 à Marinha Grande



O FC Porto defronta amanhã a União de Leiria, na Marinha Grande, com 4 alterações na convocatória. Apesar das ausências, os dragões não devem ter dificuldades em superar uma União de Leiria que ainda não pontuou esta época.

O colombiano Guarín, o angolano Djalma, o argentino Otamendi e o romeno Sapunaru encontram-se ao serviço das respectivas selecções e, portanto, estão indisponíveis para o jogo adiado da 3ª jornada da Liga Zon Sagres. Para o seu lugar, Vítor Pereira chamou Mangala (estreia-se em convocatórias), Defour, Cristian Rodríguez e James Rodríguez.

Estas alterações também condicionam o onze titular, adivinhando-se o regresso de Álvaro Pereira à titularidade no lado esquerdo. Maicon deverá ser aposta para render Otamendi no centro da defesa e Belluschi discute com Defour um lugar no meio-campo. James regressa aos convocados e, apesar de já estar apto, não deve entrar de início. Outro convocado "quase" surpresa é Hulk que está ao serviço da selecção do Brasil, jogo hoje frente Gana, e amanhã chega a Portugal, com entrada certamente directa no onze portista.

Os 18 convocados:

Guarda-redes: Helton e Bracalli
Defesas: Maicon, Rolando, Fucile, Álvaro Pereira e Mangala
Médios: Fernando, Souza, João Moutinho, Defour e Belluschi
Avançados: Varela, Cristian Rodríguez, James Rodrígues, Walter, Hulk e Kléber

sábado, 3 de setembro de 2011

Juniores sportinguistas triunfam no Seixal

Benfica e Sporting defrontaram-se na tarde de hoje na Caixa Futebol Campus, no Seixal, em jogo a contar para a 5ª jornada do campeonato nacional de juniores – zona sul. Os leões venceram por 1-2, com o golo da vitória a surgir no último segundo do encontro.

Início de jogo a mostrar duas equipas muito tácticas, jogo disputado a meio-campo e os defesas melhores que os atacantes. Mais posse de bola para os leões mas sem lances de perigo. Após o primeiro quarto de hora o Benfica começou a tomar conta do jogo e sucederam-se os ataques à baliza de Rafael Veloso. Alguns remates perigosos e o guarda-redes sportinguista, sempre atento, evitou o golo com uma mão cheia de boas defesas. Aos 37’ ficou por assinalar uma grande penalidade. Tiago Ilori acerta em Diego Lopes e o árbitro manda seguir. O intervalo a aproximar-se e o Sporting aproveitou uma distracção do Benfica para inaugurar o marcador. Edgar Ié, central, ganha a bola no meio-campo e irrompe pelo meio da defesa benfiquista, marcando na cara de Bruno Varela.

Na segunda parte um jogo mais aberto, mais rápido e com mais ocasiões de golo. Muitos lances interessantes e um jogo mexido, com alguns jogadores a destacaram-se táctica e tecnicamente. A equipa da casa assumiu o controlo do jogo com o Sporting a revelar-se muito perigoso nas saídas em contra-ataque, a explorar a velocidade dos seus avançados e podia ter arrumado o encontro. Como quem não marca, invariavelmente sofre, o empate surgiu aos 81’. Livre do recém-entrado João Cancelo com Diego Lopes a desviar para golo. Vinte minutos antes tinha ficado por marcar outra grande penalidade sobre o médio brasileiro. Após o golo o jogo morreu e surgiram picardias de parte a parte, com atitudes lamentáveis de jovens de 17 e 18 anos, envolvendo-se em entradas duras e trocas de palavras menos agradáveis. De ânimos exaltados, o jogo terminou com o golo da vitória para o Sporting. Já depois dos quatro minutos de compensação dados pelo árbitro, o Sporting beneficia de um livre do lado direito, junto à área encarnada, e surge Edilino Ié, irmão gémeo do autor do primeiro golo, ao segundo poste para fechar o resultado.

A nível individual destacou-se Bruno Varela pela negativa. O guarda-redes benfiquista estava muito nervoso e analisou mal vários lances, teve sorte na falta de pontaria dos avançados sportinguistas. Do lado verde e branco Iuri Medeiros também esteve menos bem. Muito abaixo do seu nível.

Melhores em campo:

SLB - Diego Lopes. O médio ofensivo brasileiro tem vindo a demonstrar boa qualidade técnica e foi uma ameaça constante. Sofreu dois penalties que o árbitro não marcou, lutou muito e ainda marcou. Precisa melhor no capítulo colectivo.
Também foi bastante agradável ver a dupla João Teixeira – André Gomes. Dois médios de muita entrega que sabem tratar bem a bola. Souberam pautar o jogo, apoiando a defesa e fazendo jogar o ataque.
SCP - Rafael Veloso. O guarda-redes evitou males maiores. Teve mais trabalho na primeira parte que na segunda e transmitiu a segurança necessária aos seus companheiros. Tem estofo de campeão.
Também Tiago Ilori, Edgar Ié, Ricardo Esgaio e João Mário estiveram muito bem. Conseguiram segurar a partida quando o Benfica foi superior e deixaram bons pormenores.

PS: Uma palavrinha de apreço ao comentador da BenficaTV. Que apoie os encarnados até se aceita por ser o canal do Benfica mas o nível das observações e a falta de senso demonstrados só o fazem cair no ridículo. Vergonhosa a forma como tratou os jovens leões. Vergonhosa a forma como analisava cada lance. Fiquei sem perceber se o comentador era só tendencioso ou se não percebia nada de futebol. Este tipo de comentadores mancha o canal de televisão, mancha a reputação dos outros que são comentadores e alimenta o anti-desportivismo. Lamentável…

Clássico a dobrar





Às 17h00 Sport Lisboa e Benfica e Sporting Clube de Portugal defrontam-se em duas frentes.

No Seixal joga-se a 5ª jornada do campeonato nacional - Zonal Sul no escalão de juniores. Dois candidatos à vitória final encontram-se, depois de 4 jornadas de fraco rendimento. Benfica, no papel de anfitrião, tem 5 pontos e vem de um empate frente ao Sacavenense (longe de ser um colosso nos escalões de formação). Já o Sporting vem de um empate para o campeonato, frente ao Vitória de Setúbal, e de uma vitória na NextGen, frente ao Wolfsburg a meio da semana. Um derby à antiga onde os encarnados estão sobre pressão.

À mesma hora mas em Portimão disputa-se a Supertaça de Portugal em futsal. Sporting pode partir em vantagem, pois venceu o campeonato e Taça de Portugal na última época. Ambas as equipas sofreram muitas alterações nos plantéis e este é o primeiro teste de fogo à capacidade dos novos reforços. Espera-se um óptimo jogo de futsal e, já se sabe, em finais não existem favoritos.

Dois derbys onde quem deve sair a ganhar é o desporto.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Reforços à lupa: Futebol Clube do Porto




Este foi um Verão completamente atípico no Dragão. Pinto da Costa deixou sair dois dos principais pilares do FC Porto campeão: André Villas-Boas e Falcão. Se em relação ao primeiro a solução veio de dentro e parecia já estar estudada, quanto à saída do goleador colombiano a opção Kléber está a revelar-se infrutífera.

 

Vítor Pereira, ex-adjunto de AVB, assumiu a liderança do FC Porto com total apoio do
presidente e com uma cláusula de rescisão de 18 milhões. A base da equipa parecia estar segura e a confiança na máxima força. Mas uma pré-época a meio gás, com muitos jogadores ao serviço das selecções resultou num início de temporada com pouco fulgor. Uma vitória suada na Supertaça de Portugal seguida de nova vitória pela margem mínima e exibição apagada, ambas frente ao Vitória de Guimarães. 

Os reforços:

Bracalli afirmou-se no Nacional e durante várias épocas foi dos melhores guarda-redes da Primeira Liga. Conhecido por grandes exibições, também já deu os seus “frangos”. Tem 30 anos e vai ficar na sombra de Hélton, veremos como se comporta quando for chamado à titularidade.
Alex Sandro chegou para a esquerda, onde Álvaro Pereira tem lugar cativo. É um jovem com uma grande margem de progressão mas que ainda não está ao nível competitivo desejado para um clube como o Porto. Arrisca muito ofensivamente, precisa amadurecer.
Para central chegou Mangala, francês de 20 anos forte fisicamente. Vem de uma boa época e pode chegar a titular no Porto muito rapidamente. Já tem alguma rodagem em campeonatos seniores. Primeiro passo é roubar o posto de 3º central a Maicon, não é tarefa árdua.
Danilo só virá em Janeiro. Campeão mundial sub-20, tal como Alex Sandro, este ala-direito faz todo o corredor e ainda pode jogar como trinco, mas sem o mesmo fulgor. Mais um promissor jogador descoberto pelos olheiros do Benfica que vai brilhar no Dragão.
Defour é um médio trabalhador que joga para o colectivo. Sabe ter a bola nos pés e joga de cabeça levantada. Uma aquisição interessante para o meio-campo portista.
Da Argentina veio o mini-Messi. Extremo de 18 anos, Iturbe é um jogador franzino de 1.70m que tem na velocidade e na técnica as suas principais armas. Embalado, rompe no meio de toda a gente e vai fintando que nem uma flecha apontada à baliza. Traz como cartão de visita o rótulo de próximo astro alviceleste.
Considero Djalma a aquisição mais fraca do Porto. O extremo angolano vinha a assumir-se no Marítimo mas não tem atributos para vingar num grande. O papel de destaque no clube madeirense não encaixa nos dragões.
Kléber chegou, finalmente, ao Dragão. Perdeu uma época de crescimento e de adaptação. Vem muito verde, muito nervoso, substituir Falcão é uma pressão elevada. Pode ser um jogador importante a nível colectivo pois segura bem a bola e joga de costas para a baliza, gosta de aparecer na zona de finalização mas tem de se entender melhor com os colegas se quiser triunfar de azul e branco.

Vítor Pereira perdeu o seu artilheiro-mor e Kléber ainda está verde para a responsabilidade. Walter teve uma primeira época muito apagada e parece não ser opção para o novo treinador. Costuma dizer-se “quem não tem cão caça com gato”, e sem Falcão há Hulk, que até foi o melhor marcador do campeonato o ano passado. Deixando as alas para James, que já agarrou o seu lugar, Cristian Rodríguez, que parece estar a reabilitar-se, Varela, que realizou uma época de grande nível mas veio de férias apagado, ou as novidades Djalma e Iturbe. Ao manter Fernando e Álvaro Pereira, que manifestaram o desejo de sair, a estabilidade no balneário poderá vir a desmoronar-se. Contudo, se isso não acontecer, teremos os azuis e brancos numa luta a dois, com o Benfica, pelo campeonato.

Melhor reforço: Defour

Reforços à lupa: F. C. Barcelona


O Barcelona é o único clube do mundo que tem uma cultura de jogo própria e ensina-a aos seus jogadores desde a mais tenra idade. O 4-3-3 que Pep Guardiola utiliza é a única formação táctica que o emblema blaugrana conhece, em todos os escalões. Esse é o primeiro passo para o sucesso. Sucesso esse que culminou na conquista da Supertaça Europeia, 2-0 ao FC Porto, para juntar à Liga Espanhola, à Liga dos Campeões e à Supertaça de Espanha, num 2010 quase perfeito. Nesta nova temporada o Barcelona continua com o mesmo sistema e o melhor plantel da Europa em título. Contudo, os adversários estão mais fortes e será um novo desafio para Guardiola. Reforços de luxo, as fragilidades de sempre e um Real Madrid motivado. Existem apenas 3 ou 4 equipas ao nível do Barça mas serão os jogos contra adversários mais fracos que poderão causar problemas.

E quando se tem uma equipa quase perfeita o melhor mesmo é não mexer em nada. O Barcelona joga quase de olhos fechados, mantém a bola em seu poder, joga ao primeiro toque e, juntando a essa primorosa táctica, tem individualidades que fazem a diferença quando o resultado tarda em aparecer. Assim, segurando o lote de 14/15 jogadores que costumam fazer parte das opções principais do treinador, o mercado serviu apenas para trazer mais duas estrelas para Camp Nou.

Primeiro veio o chileno Alexis Sanchez. Muito veloz, forte no um-para-um, dono de um drible imprevisível, é um avançado que encaixa na perfeição na cultura blaugrana. Numa equipa onde os três homens da frente são móveis, sem posição fixa, Sanchez pode jogar em qualquer ala ou surgir no meio a finalizar. Reforço de luxo.
Cesc Fabregas foi o outro reforço do Barça. Formado nas escolas do clube catalão, Fabregas tinha rumado ao Arsenal com 16 anos mas nunca escondeu o seu amor ao Barcelona e a vontade de voltar. O seu regresso virou novela mas conheceu um fim neste defeso, regressando a casa 8 anos depois. A sua classe em campo não engana, tem Barcelona no seu futebol. Está ao nível dos melhores.

Depois temos um novo fenómeno do futebol: Thiago Alcântara. Mais um produto da formação catalã, mais um médio de grande qualidade. Com apenas 20 anos já é um verdadeiro líder em campo, pautando o meio-campo das selecções jovens de Espanha com uma maturidade made in Camp Nou. Vem completar um meio-campo com 5 produtos da formação onde o mais difícil é eleger os titulares.

Saíram alguns nomes com pouca influência no clube mas que não deixam de ser bons jogadores. Gabriel Milito, depois de muitas lesões regressa à Argentina; Jéffren e Nolito abraçam o desafio “Portugal”; Hleb, sem lugar na equipa, voltou a ser emprestado; Oriol Romeu é mais um médio com rótulo blaugrana e a sua saída para o Chelsea pode ser um importante passo; e Bojan Krkic que estava insatisfeito por não ser opção de Guardiola e segue para Roma, onde encontra Luís Enrique, antiga glória do Barcelona e ex-treinador da equipa B.

Negativamente, os catalães parecem ter um sector defensivo débil. Com apenas dois centrais de raiz e um defesa-direito, Guardiola terá de fazer várias adaptações ao longo da época e correr riscos desnecessários. No jogo da Supertaça Europeia foi obrigado a jogar com dois centrais adaptados, Mascherano e Abidal, que não comprometeram mas deixaram transparecer algumas fragilidades. Na baliza outro problema: Valdés. Não é mau guarda-redes, porém, não tem qualidade para ser titular num clube desta dimensão. Muito menos com o “velhote” Pinto no banco de suplentes. Com um meio-campo e ataque de tamanha classe, as redes mereciam melhor atenção.

Melhor reforço: Tenho fé em Fabregas mas Alexis Sanchez vai ser uma surpresa agradável e Thiago Alcântara vai ser um símbolo do Barcelona.

FC Porto e Benfica atacam a Champions com ausências de peso


As equipas portuguesas enviaram hoje a lista de inscritos na fase de grupos da Liga dos Campeões. Para não variar, algumas surpresas e adeptos de opiniões divididas. Se o Benfica deixou de fora o veterano Capdevilla, o FC Porto deixou de fora os jovens Iturbe, Walter e Alex Sandro.

Em primeiro lugar é preciso compreender uma coisa, cada equipa só pode inscrever 25 jogadores, dos quais 8 têm de ser formados no país, 4 formados no clube e sobram 17 vagas para estrangeiros. Como em Portugal deve existir uma lei obscura que obriga os clubes a vender os jogadores portugueses e contratar sul-americanos, Vítor Pereira e Jorge Jesus tiveram de tomar algumas opções complicadas para cumprir os requisitos da UEFA.

Na cidade invicta foram inscritos apenas 21 (os 4 lugares em branco correspondem aos jogadores formados no clube):
Guarda-redes: Hélton e Bracalli
Defesas: Rolando*, Maicon, Otamendi, Mangala, Fucile, Sapunaru e Álvaro Pereira
Médios: Souza, Fernando, João Moutinho*, Guarín, Belluschi e Defour
Avançados: Hulk, Cristián Rodriguez, Kléber, James Rodriguez, Varela* e Djalma*
* - jogadores formados em Portugal

Numa situação como esta, dos 4 emprestados apenas Castro teria lugar na Liga dos Campeões, por ser formado no clube. Vítor Pereira inscreveu somente um ponta-de-lança, podendo Hulk ocupar esse lugar. Apesar do talento de Iturbe e Alex Sandro, são jogadores jovens que chegaram há pouco tempo e ainda não iniciaram o processo de adaptação à equipa e ao futebol europeu. A sensatez do treinador portista é clara, para incluir um jovem que ainda não jogou pelo clube teria de riscar um jogador com experiência de Europa e créditos dados. Uma aposta pouco arriscada que fica manchada pela falta de jogadores formados no clube. Na lista B, de jogadores com 2 anos nas camadas jovens do clube e nascidos depois de 1990, constam o guarda-redes João Costa, o defesa Rafa e o médio Podstawski. As últimas fornadas da formação não têm chegado à equipa principal, o que deixa os dragões numa situação complicada. Já Walter é um mal-amado no Dragão. O treinador portista dá a entender que Hulk será o segundo ponta-de-lança e o "Bigorna" terá poucas oportunidades.

Na Luz as contas são outras.
Guarda-redes: Artur, Eduardo* e Mika*
Defesas: Luisão, Jardel, Garay, Emerson, Maxi Pereira, Rúben Amorim*, César Peixoto* e Miguel Vítor**
Médios: Javi Garcia, Matic, Witsel, Aimar, Enzo Pérez e Gaitán
Avançados: Bruno César, Nolito, Saviola, Cardozo, Rodrigo e Nélson Oliveira**
* - Jogadores formados em Portugal
** - Jogadores formados no Benfica

Podendo inscrever apenas 17 estrangeiros, Jesus deixou de fora Capdevilla e Rodrigo Mora, chamando o espanhol Rodrigo para o lugar de Jara. Os restantes oito jogadores serão portugueses, quatro deles das escolas do Benfica. Assim, ficam duas vagas para jogadores formados no clube e foram inscritos na lista B Bruno Varela (GR), José Costa (GR), Luís Martins (DE), David Simão (MC) e Rúben Pinto (MC).
O defesa-esquerdo espanhol, campeão da Europa em 2008 e do Mundo em 2010, parece não ter lugar na equipa de Jesus. Apenas por uma vez foi utilizado, frente ao Feirense, e o caso está a tornar-se pessoal. Capdevilla tem 33 anos e traz títulos na bagagem. É um lateral experiente que deve ter um bom salário. Quando Jesus justificou a escolha por preferir colocar um central que faça várias posições constatei que nenhum central no Benfica faz outras posições, muito menos Jardel que foi afastado na pré-época e agora surge como 3ª opção. A condição física não pode ser uma desculpa pois num mês se adquire ritmo de jogo e entrosamento com a equipa. Emerson e Jardel têm sido os piores jogadores do Benfica neste início de época, Capdevilla merecia estar na lista. Será esta mais uma decisão infeliz de JJ?

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Reforços à lupa: Real Madrid C.F.





Neste segundo “Reforços à lupa” viajamos até à capital espanhola. O Real Madrid de José Mourinho tem um belo contingente português que aumentou neste defeso com a chegada de Fábio Coentrão. São, agora, 3 portugueses e Pepe. Não sou a favor de naturalizações contudo, pela forma como sempre honrou a camisola das quinas (e porque sabe o hino), vou contar como português. É a segunda equipa mais portuguesa das competições europeias, logo atrás do Besiktas com 6 portugueses.


No mercado, o Real Madrid teve uma prestação discreta. Costuma dizer-se “Equipa que ganha não se mexe” e o melhor treinador do Mundo em 2010 contratou apenas 5 elementos, elaborando acertadamente a lista de dispensas. Saíram jogadores sem lugar no Real Madrid, Fernando Gago, Drenthe, Pedro Léon, Sergio Canales e Sarabia que vão rodar uma época podendo convencer Mourinho ou partir para outras paragens. Faltou colocar Lass Diarra que esteve de malas aviadas sem destino incerto, acabando por ficar no plantel. Por agora poderá aproveitar a lesão de Sahin, em Janeiro há novo mercado.

Quanto às entradas:

Raphael Varane, promissor central francês de apenas 18 anos irá evoluir junto de jogadores mais experientes. Na época passada Mourinho teve que fazer algumas adaptações na defesa com castigos e lesões, Varane terá, certamente, as suas oportunidades. Não aspirará ser titular muitas vezes mas a serenidade e concentração demonstrada na pré-época deixaram boas indicações.
Fábio Coentrão, o defesa-esquerdo ex-Benfica é o todo-o-terreno de Mourinho. Dono de uma raça muito elogiada, Coentrão parece ter 4 pulmões, entrega-se a todos os lances como se fosse o último, ataca, defende, joga os 90 minutos sempre com a mesma intensidade. Jorge Jesus adaptou-o a defesa-esquerdo e fez dele o lateral mais cobiçado da Europa e um dos melhores da actualidade, mas como Mourinho é o “Special One”, descobriu no caxineiro qualidades para jogar como médio. Um verdadeiro todo-o-terreno que promete fazer jus ao preço que o Real pagou por ele.
Sahin chegou ao Real Madrid lesionado, passou nos testes médicos mas recentemente ficou a saber-se que iria ficar afastado mais dois meses. Foi dos jogadores mais importantes na campanha do Borussia Dortmund rumo ao título germânico. É um médio criativo com muita classe e de apenas 22 anos. Tem potencial para ser dos melhores médios do Mundo.
Hamit Altintop tem na polivalência a sua melhor qualidade. Extremo direito de raiz, também pode jogar a lateral, no meio-campo ou nas costas do ponta-de-lança. Sente-se bem em qualquer das posições e é um jogador de equipa. Vai ser importante no xadrez merengue.
José Calléjon viajou de Barcelona, trocando o Espanhol pelo Real. Extremo, tanto joga na direita como na esquerda. Muito tecnicista, rápido, parte da ala para o meio surgindo na área de finalização ou nas costas do ponta-de-lança. Aos 24 anos dá o salto para um Grande. Será uma mais-valia para alternar com Di Maria e Cristiano Ronaldo.

Contratações importantes, sem cair nas loucuras de Verão. Cinco jogadores para as posições onde a falta de opções na última época tinha complicado as contas aos merengues. Ainda para mais, a polivalência de Coentrão e Altintop permitem alterações durante o jogo para melhorar o ritmo da equipa e surpreender o adversário a qualquer momento. Esta é uma das maiores qualidades do treinador português, está sempre preparado para alterar o rumo do jogo, seja a partir do banco ou até dentro das quatro linhas.

Falta, contudo, o tal ponta-de-lança que Mourinho há muito pede. Higuaín já recuperou mas a boa forma de Benzema tem relegado o argentino para o banco de suplentes. E o problema é mesmo este, ambos lutam pela titularidade mas é uma luta só a dois, não há outra alternativa e qualquer lesão, castigo ou cansaço pode atrapalhar as contas de uma equipa que luta para ser a melhor do Mundo. Kaká pode desempenhar essa posição porém, não tem o mesmo instinto goleador dos colegas.

O facto da espinha dorsal ser a mesma, e a qualidade dos reforços, permite a Mourinho continuar o trabalho iniciado há um ano. É uma equipa mais coesa, mais entrosada, mais motivada. Começou a época com a derrota na Supertaça de Espanha contra o rival Barcelona mas no seio merengue esse resultado já é passado e avizinha-se um futuro risonho. Quando duas equipas deste calibre jogam no mesmo campeonato, é difícil adivinhar o desfecho mas será uma luta bem mais interessante que a da temporada passada. 

Melhor reforço: Fábio Coentrão

Reforços à lupa: Sporting Clube de Portugal





A chegada de Godinho Lopes ao Sporting veio trazer um novo rumo ao clube e, consequentemente, muitas alterações. Para começar novo treinador, é um cliché. Domingos Paciência é o rosto do novo Sporting. A gestão a cargo de Luís Duque e Carlos Freitas ditou: 15 reforços, 2 regressos. E as saídas inesperadas do homem que mais tinta tirou aos postes em Portugal, Hélder Postiga, e da coqueluche Yannick Djaló. Poderá ter a ver com a revolução no balneário, só o tempo o dirá. Valeu algum encaixe financeiro. No seio dos adeptos a notícia foi bem recebida pois eram dois “patinhos feios”. Preocupante é a falta de alternativas. Domingos fica com 5 avançados, todos recém-chegados e sem entrosamento. Quem também saiu foi Turan. O defesa-esquerdo francês tinha concorrência de Evaldo e Ínsua, sendo o empréstimo ao Beira-Mar uma hipótese de jogar com regularidade e mostrar as suas qualidades evidentes.

Era preciso ir ao mercado para formar um plantel ao nível das ambições e necessidades do clube. Assim, ficaram apenas 9 jogadores, Rui Patrício, Daniel Carriço (consta que a sua saída foi equacionada), Polga, João Pereira, Evaldo, André Santos, Matias Fernandez, Izmailov e Tiago, um dos mais influentes no balneário. A eles juntaram-se André Martins e Pereirinha, dificilmente serão opção. Primeira conclusão: a base defensiva da época transacta, que tanto assustou os adeptos, manteve-se.

Marcelo chegou para fazer sombra a Rui Patrício, talvez a preparar uma futura saída do habitual titular. Não tem qualidade para uma equipa que luta pelo título.
Rodriguez e Onyewu, centrais fortes e experientes. O primeiro, ex-pilar da defesa bracarense, é aposta do técnico, já o norte-americano veio a zeros do AC Milan, onde não se conseguiu impor. A condição física de ambos será um problema.
Santiago Arias, estrela das selecções jovens da Colômbia, precisa de se adaptar ao futebol europeu e à equipa, só será opção daqui a algum tempo. Curioso notar que na hora de escolher uma alternativa a João Pereira o Sporting tenha optado pelo colombiano, emprestando dois produtos da formação: João Gonçalves, que é emprestado pela quarta época ao Olhanense, e Cédric, vice-campeão mundial.
Ínsua falhou a pré-época. Mais uma promessa adiada do futebol argentino. Um flop no Liverpool. Tem valor para roubar o lugar a Evaldo, veremos se tem cabeça.
O holandês Schaars é o novo patrão do meio-campo. Parece ser o reforço mais forte em todos os aspectos. Incansável, lutador, excelente visão de jogo, inteligente a defender e a lançar a equipa no ataque, tem um bom pé esquerdo que é obrigatório ser utilizado quer em remates de fora da área quer nas bolas paradas.
Rinaudo é um trinco com alguma mobilidade, gosta de sair a jogar com a bola nos pés. Muito agressivo, e “caceteiro”. Entrega-se demasiado ao jogo, fazendo faltas desnecessárias e por vezes feias.
Elias tem o peso de ser o reforço mais caro da história do Sporting. Médio trabalhador com um grande pulmão, mais empenhado no ataque que na defesa.
Izmailov poderá ser dos “reforços” mais importantes. Recuperado de lesão, como dizem estar, é um jogador fantástico. Jogador de passada larga e bola no pé, precisa de melhorar o capítulo defensivo porque atacar fá-lo muito bem e tem um bom remate de meia distância.
Luís Aguiar reforçou de imediato o gabinete médico. É um médio criativo que joga de cabeça levantada sempre a espreitar a melhor forma de servir os colegas. Aposta de Domingos que bem conhece o uruguaio.
Diego Capel foi, para mim, uma agradável surpresa. Extremo internacional espanhol com as qualidades que se pede num extremo: veloz, gosta de ir para cima dos adversários, vai à linha e cruza com classe. Simples e eficaz.
Bojinov é mais um que vem tentar revitalizar a carreira em Alvalade. Começou logo bem, ao escolher a camisola “7” amaldiçoada. Ainda me lembro do búlgaro quando chegou a Itália e impunha-se com a sua técnica, velocidade e remate afinado. Era uma esperança mas foi-se perdendo. Veremos se o treinador leonino consegue motivar Bojinov.
Jéffren é um produto da academia blaugrana. Chamado várias vezes por Pep Guardiola, que ainda há bem pouco tempo o elogiou, pode ser o avançado que o Sporting precisa. Extremo de raiz mas também pode jogar junto do ponta-de-lança. Rápido e bom tecnicamente, aparece muito sorrateiramente em zona de finalização.
Diego Rubio foi o goleador da pré-época, à frente de Postiga e Wolfswinkel. O miúdo maravilho de 18 anos merece muitas oportunidades. Tem a irrequietude de um jovem e a pontaria de um homem feito. Poderá ser dos mais talentosos jogadores que o Sporting já contratou.
Ricky van Wolfswinkel é uma incógnita. Veio com rótulo de goleador mas só tem desiludido. Não tem raça, não ganha um lance de choque, parece desmotivado. Da época passada diria que joga bem de cabeça e tem movimentações à ponta-de-lança a procurar as costas da defesa para aparecer a finalizar.
Carrillo, outro jovem rapidíssimo e imprevisível. Quando está inspirado finta toda a gente e embala rumo à baliza. Mas quando não está inspirado é capaz do pior. Precisa tornar-se um jogador europeu, de equipa.

A qualidade dos jogadores é inquestionável mas o processo de entrosamento e adaptação poderá ser fatal para as aspirações do Sporting. Schaars, Capel e Jéffren parecem ter pegado de estaca num onze onde Wolfswinkel deve suceder a Postiga com Rubio e Bojinov na retranca. Ínsua pode ser outro reforço com tudo para agarrar um lugar. Porém, o centro da defesa é o maior quebra-cabeças de Domingos. Carriço teve uma época para esquecer, Polga há muito que compromete, Rodríguez não faz 3 jogos seguidos e Onyewu é muito irregular.

A pré-época do Sporting começa agora. É preciso afinar o motor sportinguista e o mais importante será apostar numa boa campanha europeia, com perspectivas de vencer um título menor como a Taça de Portugal ou a Taça da Liga. O campeonato não pode fazer parte das prioridades dos leões.


Melhor reforço: Schaars.