terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O regresso das equipas B

A Federação Portuguesa de Futebol está a preparar a entrada de 6 equipas B na Liga Orangina, em 2012/2013. Esta medida visa aumentar de 16 para 22 o número de participantes na Liga de Honra, abrindo seis vagas para as equipas que se mostraram interessadas em inscrever equipa B, Benfica, FC Porto, Sporting, Sp. Braga e Vit. Guimarães, aos quais se junta o Marítimo.

Como não podia deixar de ser, as equipas B terão algumas regras próprias, limitando a utilização de jogadores com mais de 23 anos e os jogadores formados localmente. Assim, tudo leva a crer que a FPF assine, esta quarta-feira, a aprovação da proposta. As equipas B terão de fazer constar na lista para cada jogo 10 jogadores formados no país, que tenham estado inscritos há um período mínimo de três anos na FPF, entre os 15 e os 21 anos de idade. Os jogadores devem ter entre 16 e 23 anos de idade, com excepção de três jogadores sem limite de idade, em cada jogo. Quanto às questões disciplinares, a FPF está atenta, não permitindo que a equipa B sirva para cumprir castigos da equipa principal. Outra regra impede a equipa principal de jogar na mesma divisão que a equipa B. Assim, as equipas B não poderão jogar na Liga Zon Sagres e, em caso de descida da equipa principal, a equipa B desce automaticamente de divisão.

Por curiosidade, aponto dois bons exemplos. Um em português, escrito a verde-rubro na ilha da Madeira. O Marítimo é a única equipa portuguesa que ainda mantém equipa B e, diga-se de passagem, que os resultados estão à vista. Dos 14 que defrontaram o Benfica no Domingo, para a Liga Zon Sagres, oito (!) jogadores passaram pela equipa B. E que fantástico campeonato está a realizar este Marítimo. Para outro exemplo aponto o colosso Barcelona. Para além dos talentos à solta na 2ª circular, Nolito e Jéffren, também Xavi, Iniesta, Valdés, Puyol, Pedrito, e mais recentemente Thiago Alcântara, passaram pela equipa B do Barça antes de se afirmarem na equipa principal. Uma etapa que fez a ponte entre a formação e a equipa principal.

Aprecio, portanto, o regresso das equipas B e acrescento duas razões: os jovens jogadores portugueses e a competitividade. Em Portugal, são poucos os juniores que chegam à equipa principal. Termina a formação e muitos são emprestados, perdendo o contacto com o clube que na maioria das vezes os esquece. Outros treinam-se com a equipa principal durante uma época ou duas, com pouca utilização em jogos oficiais, até que inevitavelmente termina o contracto e são dispensados com meia dúzia de minutos pela equipa onde foram formados. Com o aparecimento das equipas B, os jovens não precisam de sair para jogar e podem rodar no clube, com equipas técnicas do clube, com condições para treinar e evoluir. Para além disso, estarão mais próximos da equipa principal, onde o treinador os pode acompanhar de perto. Quanto à Liga Orangina, vai ganhar em competitividade e em qualidade. De um lado teremos seis equipas com jovens jogadores com bastante talento, e do outro lado teremos as equipas que antes preenchiam as lacunas do plantel com esses jovens e que agora terão de procurar outras soluções. O ideal seria encontrar essas soluções com recurso a jogadores portugueses, de divisões inferiores, possibilitando-lhes uma oportunidade de subir na carreira.

Agora falta assinar a proposta e acertar o regulamento mas as equipas B estão perto de ser uma nova realidade em Portugal.

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